quarta-feira, 21 de outubro de 2009

AMOR DE MINHAS ENTRANHAS...

"Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita e penso,
com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal.
A pedra inerte não conhece a sombra e nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri.
Rasguei-me as veias, tigre e pomba,
sobre tua cintura em duelo de kordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras a minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena noite
da alma pra sempre escura..."
(Garcia Lorca)

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