segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A ROSA BRANCA

"Não me inquieta se o caminho que me coube
-por secreto desí­gnio- jamais floresce.
Dentro de mim, sei que existe, oculta,
uma rosa branca. Incólume rosa e branca.
Não pude colhê-la:
mal nascera e logo perdi-me nos labirintos do tempo,
onde desde então pervago apenas entressonhando
aquilo que sou - e vive no recíncavo da rosa.
Sem conhecer-me, padeço o mistério
de existirem amargo desencontro comigo mesmo.
No entanto, pesar tão largo se apaga
quando pressinto: na rosa, mistério não há.
Nenhum.
Sem medo de trair-me a face, posso morrer amanhã.
Extinto o jugo do tempo, olhos nem boca haverá
-para a queixa e para a lágrima -se em vez de rosa,
de pétala cinza de pétala, apenas existir a escuridão.
O vazio.
Nada mais..."
(Thiago de Mello)

2 comentários:

ANTOLOGIA POÉTICA disse...

A Rosa Branca.......lindissimaaa

Boas escolhas.......Parabéns.

Boa Noite e fica bem.

Beijos ........M@ria

nauy disse...

Você tem bom gosto pela leitura,ja ha algum tempo venho visitado seu blog,e notei que gostamos de alguns escritores em comum...como Mario Quintana e outros.Tenha certeza que continuarei a visita-lo sempre.
Abraços Nauy