"As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar 
que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria 
se tornam, absoluta,
numa outra -maior- realidade.
Começam a esmaecer 
quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, 
por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos 
que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser 
e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor 
ao estado de utilidade.
Do sonho do eterno 
fica esse gozo acre
na boca ou na mente, 
sei lá, talvez no ar..." 
(Carlos Drummond de Andrade)
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
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