terça-feira, 25 de maio de 2010

GOTAS DE CHUMBO

"Gotas de chumbo engolem o brilho dos sóis
Soterrados atrás das nuvens
Enquanto caem sobre as ruas das cidades
O vento dispersa o odor das línguas bolorentas
Bueiros observam os pedestres
Sangrando seus calcanhares
Em recriadas horas mortas
As nuvens do céu cospem chumbo e fel
Sobre o espetáculo das sedentas almas banguelas
Trabalhando em seus edifícios
De dúzias de andares vazios
E paredes sufocadas por gritos contidos
A maré suicida transita entre as almas
À espera do próximo prato cheio de nada
Cuidadosamente posto sobre a mesa
Vestida em elegante toalha de prata..."
(Flávio Umaguma)

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