sábado, 15 de maio de 2010

PARA SEMPRE

"Eu gostava e acordar em cada dia
e ter a minha mãe ao meu lado.
E o meu pai. E a minha avó.
E todas as pessoas de que eu gosto.
Mas alguns já se foram embora.
Para sempre. E isso deixa-me confuso.
Porque para sempre é muito tempo.
Eu consigo perceber o que é uma hora.
Percebo dez minutos. Percebo dez segundos
que é uma medida de tempo
que uma pessoa começa a dizer e já passou.
E percebo um dia ou uma semana.
Mas para sempre é tão difícil de perceber…
Um dia, o meu pai foi-se embora para sempre.
E eu esqueci-me de lhe dizer uma coisa.
Nem sei bem que coisa era.
Só sei que esta coisa que eu queria dizer
ficou-me entalada na garganta para sempre."
(José Fanha)

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