"Dentro de mim guardo sempre teu rosto
e sei que por escolha ou fatalidade,
não importa, estamos tão enredados
que seria impossível recuar
para não ir até o fim
e o fundo disso que nunca vivi antes
e talvez tenha inventado
apenas para me distrair
nesses dias onde aparentemente nada acontece
e tenha inventado quem sabe em ti
um brinquedo semelhante ao meu
para que não passem tão desertas
as manhãs e as tardes
buscando motivos para os sustos
e as insônias
e as inúteis esperas ardentes
e loucas invenções noturnas."
(Caio Fernando de Abreu)
quinta-feira, 13 de maio de 2010
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