terça-feira, 25 de maio de 2010

MAIS PALAVRAS SOLTAS...

"Permaneço entre aspas pra me proteger.
É que eu sei que quando a canção
não mais sustentar esse meu desejo de verbo,
vou chover desritmada em correnteza de palavra e sentido.
E sinto que lhe faltariam letras ou cores
pra que me pudesses ler.
Minha lira é estridente aos teus ouvidos.
Por certo que seria exagero.
Digo, repito, grito, mas sem palavra minha.
Digo, repito, grito -protegida, mas exposta
-com meu gesto irrefletido de seguir-te com os olhos,
de curvar-me e consentir, de cantar tuas ausências,
de sorrir atenções pequenas e caber em qualquer fresta.
Insisto silenciosa e paciente,
enquanto solfejo a melodia dos contidos.
Já nem espero que escutes minha música-demasia.
Maltrapilha e por mim mesma calada,
não espero quase nada.
Talvez uma despedida..."
(Fran Rodrigues)

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