segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

É DIFÍCIL ACORDAR...

"É difícil acordar, muito difícil
quando temos o coração a transbordar de emoções
e não sabemos como as explorar ou como as soltar,
há uma sensação de descontrolo quase impulsivo,
uma sensação de mistério envolta numa sensação de desespero,
fica-se então olhando o reflexo do que queremos passar
em imagens no teto de um quarto
que parece demasiado pequeno para o nosso sofrimento.
Já não sei por onde ir, há tantos caminhos...
Acabo de acordar com a cabeça a doer de tanto sonhar,
acordo cansada demais,
olho o relógio e dá-me vontade de voltar a adormecer,
ainda é tão cedo e para mim já se faz demasiado tarde,
tarde demais para ser, para ter, para ficar ou permanecer.
Eu sou o errado e o certo de um momento para o outro,
eu sou o crucifixo ou o pentáculo invertido,
eu sou o agora ou o amanhã de manhã, sou o que querem que seja.
Levanto-me tomo um morphex, quero é dormir,
quero lá saber destas histórias
e símbolos tontos que me ocupam a cabeça.
Quero encostar-me a um canto
e sentir-me na plenitude vaga do meu ser
e depois explorar a minha loucura num sono profundo.
O morphex não faz efeito, tomo mais um,
ainda olho o teto imaginando um horizonte cheio de emoções
para lá do limiar que me axfixia.
Tomo outro e já me sinto sem forças até para pensar,
dou em doida e morro de sono até decair..."
(Margarete da Silva)

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