segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

ONDE O OLHAR ENCONTRA A LUZ...

"Começa na cabeça, não termina nos pés,
nem na ponta dos cabelos ou dos dedos,
dos pés ou das mãos, nem sequer na ponta do nariz.
Não. O corpo começa na cabeça
e termina onde o olhar encontra a luz...
É como se.
Quanto mais pequeno o espaço,
mais me espraiasse.
Daqui agora até a mais pequena janela ali em frente;
de lá agora até ao bosque, voando, planando,
até aos ramos mais altos, até às árvores.
É como se.
Quanto maior o espaço, mais me aconchegasse...
Pode existir dentro do silêncio, o corpo,
e viver assim, fora do tempo, eterno.
Pode crescer e ser coração, músculo de mãos e abraços,
pés e caminhos, o corpo, e assim, fora do espaço,
apagar distâncias e outros fogos.
Pode ser margem buscando a luz no trilho da sede,
o corpo, e assim, fazer-se e refazer-se, constantemente, na vida.
Às vezes é maior.
É quando é todo.
É quando é mundo, casa, sonho, voz, alimento, coração,
presença, chão, flor, céu, olhar.
É quando se cumpre.
Onde o corpo se cumpre é onde termina.
O corpo só termina onde o olhar encontra a luz..."
(Joana Jacinto)

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