"Palavras cruzadas são como granadas
soltas no campo de minas que é esta vida ,
as minas que percorrem o meu caminho são como pedras,
guardo-as todas, um dia construo um castelo
e uso as minas como defesa do mesmo.
Cortei-me de novo,
peguei na tesoura e dei golpes certos,
peguei na faca e insisti para ver
se estavam realmente cuidadosamente cuidados.
Cortar-me não é um vício
é apenas uma forma de exteriorizar o acumular
de dores físicas e mentais que já podemos mais aguentar,
como se o horizonte fosse um acumular de vadiagens
silvestres pintadas por um qualquer pintor de renome.
Não pude aguentar e desculpem se sou fraca demais
para olhar para o amanhã ainda
com a cabeça inclinada para o chão,sou frágil
como as gotas de chuva que caíram do céu que chora por mim
mas sei que me hei-de erguer para mostrar a todos
que é possível descruzar as palavras e ser feliz..."
(Margarete da Silva)
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