segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

PERDOA-ME!

"Perdoem-me!
Por tudo o que fiz ou o que não deveria ter feito,
porque me dói olhar-te nos olhos,
enfim por um vasto conjunto de coisas tão imensas
como o mundo que carrego em mim,
ou a dor, ou o sofrimento, ou a vontade de chorar,
ou chamem-lhe o que quiserem; desculpa.
Não fui tão forte como deveria ter sido,
como fui até agora, talvez tenha tentado recusar a dor
até que não aguentei e hoje dentro de mim algo explodiu.
Sei que prometi que não voltaria a fazê-lo
mas se vocês entendessem de algum modo
o silêncio que carrego em mim,
um fardo tão pesado como olhar-vos nos olhos
e ver que estão desiludidos por eu ter feito o que fiz.
Aconteceu porque tinha de acontecer,
se existir Deus há-de entender,
se não existir há-de entender na mesma,
quero lá saber, preocupa-me agora o que sinto
e o que sinto é uma pena enorme de mim por sofrer tanto,
ao mesmo tempo uma desilusão tremenda
por ter chegado onde cheguei
e ter recuado assim sem mais nem ontem...
Depois esta vontade de não deixar
que este desencanto e desconsolo perca o controle
e voltar a seguir o mesmo rumo,
porque eu sei que dê por onde der
eu ainda vou conseguir sair deste labirinto
que mora dentro de mim..."
(Margarete da Silva)

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